Escrito e editado por: Mr.Gameworld
Gênero: Ação/Aventura
Plataforma: Playstation 2, Playstation 3 (HD Collection)
Ano de Lançamento: 2001, 2011
Produtora: Team ICO/Sony
Gênero: Ação/Aventura
Plataforma: Playstation 2, Playstation 3 (HD Collection)
Ano de Lançamento: 2001, 2011
Produtora: Team ICO/Sony
Revisão: em 2001 o Playstation 2 dava seus primeiros passos
no mercado dos videogames. Salvo algumas exceções de games que já apresentavam
gráficos totalmente a frente de seu tempo, a parte visual do videogame ficava dentro dos padrões que se esperava: uma grande melhoria do Playstation,
com gráficos 3D melhor trabalhos e mais naturais. Parece absurdo pensar que foi
nesse estágio que ICO (uma produção da Team ICO em parceria com a Sony) foi lançado. O título
apresentou aos Gamers da época um estilo gráfico fascinante, que pode hoje ser
considerado um dos pontos mais elevado do videogame da sexta geração, além de
tudo criando um novo motor gráfico que foi utilizado mais tarde em Shadow Of The Colossus (o
“sucessor espiritual” de ICO), onde incomparáveis e belíssimos efeitos de
sombra e luz puderam ser apreciados, marcando para sempre a história de uma
produtora até então desconhecida. E não
somente a história da produtora foi marcada com a chegada de ICO, mas também a
dos videogames, sendo que hoje, ICO e Shadow Of The Colossus juntos (inclusive
disponíveis na versão HD Collection lançada para Playstation 3) compõem, para
muitos, o topo da lista das maiores obras de arte da história dos jogos
eletrônicos, graças a primazia de sua produção geral (que conheceremos em
detalhes ao longo dessa página). A envolvente história de ICO tem inicio com um
menino de cifres sendo levado para uma ilha distante, para ser sacrificado em
um ritual tradicional, pois segundo as crenças dos vilarejos locais, as
crianças que nasciam com cifres seriam uma praga para as pessoas que ali
habitavam. Chegando à ilha, o menino (chamado Ico, que dá nome ao game) é
levado para o centro de um gigantesco castelo abandonado, onde é colocado
dentro de um enorme ídolo para ser sacrificado. Desesperado com a situação, Ico
balança o objeto e consegue derrubá-lo, quebrando-o com a queda, assim
escapando de seu interior. Ao subir as escadarias rumo à torre do castelo, o
garoto percebe que algo estava preso dentro de uma jaula. Aproximando-se, ele
descobre que era uma menina. Ico então explora o local, até que consegue
derrubar a jaula, libertando a bela garota de aparência misteriosa (que logo será identificada como Yorda por
uma outra personagem importantíssima para o enredo). Logo em seus primeiro
passos em liberdade, Yorda acaba sendo atacada por seres compostos de sombra,
que tentam a todo o custo levá-la para um estranho portal dimensional de
escuridão. Ico salva Yorda, e a jornada dos dois começa, com apenas um
objetivo: encontrar uma forma de escapar do castelo, abrindo seus portões,
selados por uma poderosa magia estabelecida pela diabólica Rainha do local! Então, prepare-se para uma aventura
emocionante, onde a interação com o ambiente e com Yorda é o ponto mais alto, o
que gera um envolvimento presenciado em poucas obras de sua geração (e
especialmente de seu ano de lançamento, tão precoce)!
Jogabilidade: além da parte gráfica, a jogabilidade também é
fascinante! Aqui você terá algo que poderia ser facilmente definido como uma
volta aos conceitos mais clássicos dos Plataformers, e mais especificamente dos
Cinematic Plataformers (mais realistas em termos de movimentação e
possibilidades de exploração). Os cenários sempre serão os Puzzles do game, sendo que usar a
cabeça é uma exigência constante para ultrapassar certos obstáculos ou alcançar
lugares inicialmente inacessíveis. E o mais interessante de tudo é que o game
dá ao jogador uma liberdade imensa para explorar, sem grandes restrições, onde
um jogo de tentativa e erro torna as coisas ainda mais interessantes. Mas
talvez o ponto mais alto do Gameplay fique por conta do trabalho em dupla com
Yorda, pensado de uma forma absolutamente genial. A menina se comunica com Ico
em uma língua incompreensível (representada pela ausência de legendas, que
apresentam somente estranhos símbolos). Portanto, a atenção para os gestos
feitos pela garota é sempre algo de extrema importância, pois ela indica onde
podem estar as soluções para os Puzzles através de alguns movimentos, apontando
para algum lugar, por exemplo, tentando também se comunicar com algumas frases (que com o passar do game se tornam naturais para os ouvidos dos mais atentos). Isso por si só já gera um envolvimento entre os
dois protagonistas, que é potencializado por alguns comandos e possibilidades
interessantes. Talvez o principal deles seja algo que DEVERIA existir em TODOS
os games onde você deve proteger alguém: Ico pode segurar a mão de Yorda, assim
não sendo necessário esperá-la chegar até você! Será possivel também chamar a menina
através do botão determinado para a interação com ela. Se ela estiver perto,
certamente virá correndo até você. Se estiver longe, gritará para você
conseguir encontrá-la com mais facilidade (sim: ela definitivamente é o NPC
mais carismático dos videogames que já joguei!). A lógica dos Puzzles de alguns
lugares do castelo exige os poderes misteriosos de Yorda, que podem abrir as
portas verdes compostas por ídolos. Nesses locais, normalmente Ico deverá ir
primeiro, abrindo caminho para a menina, que obviamente é mais frágil, não
podendo se pendurar em lugares perigosos ou saltar por grandes penhascos. E é
ai que entra outro comando interessante: Ico poderá chamar Yorda para o outro
lado de buracos ou para cima de altas plataformas (que por vezes exigem uma
caixa para que ambos possam subir, em um esquema bem clássico de Puzzles de blocos),
segurando sua mão e puxando-a para o local em questão. Caso ela não consiga chegar até você, balançará a cabeça e dirá algo que serve como um "não". Mas os grandes perigos do castelo estão mesmo nos Monstros de Sombras, que quando aparecem, tentarão a todo o custo levar Yorda para os buracos que se abrem no chão, de onde eles saem. Proteger a menina passa a ser sua prioridade nesse momento, pois se ela for levada... GAME OVER para você! Ico terá uma pedaço de madeira como arma (inicialmente) com o qual poderá fazer combos de alguns golpes, tudo em um esquema bem simples. Além disso, muitos Puzzles estarão ligados ao fogo, que pode ser pego na tal madeira, sendo que mesmo depois de conseguir sua outra arma, você terá de coletar a madeira temporariamente para resolver alguns desses enigmas. De resto, só o game mesmo poderá lhe mostrar, com seus conceitos inovadores e divertidos!
Pros: os gráficos tem uma definição que chega a ser absurda para um game de 2001. Tudo graficamente chama a atenção, como os belíssimos efeitos da luz do Sol, os mínimos detalhes de sombra nos cenários e especialmente personagens (sendo que qualquer alteração nos raios Solares pode ser percebida), as paisagens (destaque para as águas, que impressionam demais por tamanha perfeição) e, além de tudo, o fato de que um simples vento nas roupas/cabelos dos protagonistas pode ser visto com clareza; o sistema de exploração e os Puzzles que compõem a aventura são geniais, ambos exigindo dedicação, atenção e raciocínio (além de que a exploração impressiona por ser extremamente extensa e complexa); Yorda é uma ótima companheira. Quer que eu seja sincero? Sempre detestei cuidar de NPCs nos games, mas Yorda mudou meus conceitos. Ela possivelmente seja uma das criaturas mais carismáticas dos games, sendo as quase 6 horas de companheirismo realmente muito divertidas (mesmo os erros dela são divertidos, até porque ela costuma ser bastante inteligente – mais um ponto positivo: excelente AI); o enredo é simples, mas chama muito a atenção, especialmente por conta do misterioso envolvimento criando entre os protagonistas, que gera expectativas nos jogadores com um clima de apego emocional genialmente bem pensado (como visto em poucas obras até o momento); a trilha sonora, com belos sons ambientes, cumpre com perfeição seu papel, dando uma ambientação ainda melhor para a exploração no enorme castelo solitário.
Contras: quem jogou e zerou ICO, sabe que temos que forçar muito para encontrar um contra nesse game. O máximo que eu poderia dizer aqui nessa sessão é que o jogo poderia ser um pouco maior, pois é consideravelmente curto. Nada que chegue perto de comprometê-lo em uma visão geral, mas se fosse mais longo, poderíamos apreciá-lo por mais tempo, o que seria ótimo, sem dúvida.
Considerações Finais: Se me pedisse para resumir ICO em uma palavra, minha resposta seria “fascínio”. E nesse caso não me refiro somente a parte visual, que sempre é o mais lembrado, pois o game vai além disso, tendo trazido uma jogabilidade muito agradável e envolvente, representando uma transmissão para o 3D de um estilo que talvez tenha se perdido no tempo (lembrando os conceitos dos falecidos e esquecidos Cinematic Plataformers), onde os maiores desafios ficam por conta dos próprios cenários e os Puzzles que neles se encontram. Ainda mais emoção é trazida a sua tela pela relação perfeitamente bem desenvolvida e estabelecida entre o jogador e a misteriosa menina Yorda, que torna a aventura ainda mais atraente! Uma das provas que temos de que “simplicidade” não é o contrário de uma grande produção, pois a Team ICO vem mostrando desde aqui, do ano de 2001, que super produções e verdades obras primas podem partir daquilo que se utiliza do que muitos consideram “menos” no mundo dos games (com poucos inimigos e clima de constante solidão). Um jogo altamente recomendado, e além disso: obrigatório para os donos de um PS2! Muito obrigado por acompanhar o PrettyCoolGames.Blogspot! Nos vemos na minha próxima review! E aproveite para conferir minha review de Shadow Of TheColossus também (basta clicar no nome do game, logo ai atrás)! Até mais, Gamers de Plantão! Nos vemos por aqui!