Gênero: Ação
Plataforma: Playstation 2
Ano de Lançamento: 2006
Produtora: Bandai
Revisão: Uchuu Keiji Tamashii (algo como Espírito dos Policiais do Espaço) é um jogo exclusivo de PS2 que retrata a série de TV dos detetives do espaço Gyaban, Sharivan e Shaider. Antes de dar prosseguimento à nossa review, acho que cabe uma explicação. Muito antes de Os Cavaleiros do Zodíaco liderar a invasão dos animes no Brasil em 1994, as produções japonesas já dominavam a infância do pessoal nos anos 80 com seriados estrelados por atores, conhecidos como Tokusatsu. O primeiro Tokusatsu foi National Kid de 1960, ainda que alguns atribuam o "título" ao primeiro filme da série Gojira de 1954, mas essa discussão não cabe aqui. Este estilo tem vários gêneros, entre eles o mais famoso talvez seja o Metal Hero, um estilo onde o herói ganha poderes ao vestir um tipo de armadura. Os mais famosos representantes são Jaspion e Jiraiya, ambos de muito sucesso por aqui e ainda exibidos em alguns canais (no sul pelo menos). Pois este gênero surgiu justamente com Uchuu Keiji Gyaban, criado pela Toei Company em 82, o primeiro da trilogia dos Policiais do Espaço. No Brasil a série chegou a ser exibida pela Rede Globo com o nome de Space Cop Gavan. Sharivan por sua vez foi exibido pela Bandeirantes e Record, e Shaider pela Globo e Gazeta. Gyaban contava a hitória do oficial Takeshi Ichijoji, que combatia a Organização Criminosa Makuu, que escravizava povos por planetas em que passava. Sharivan é sua continuação direta e conta as aventuras de Den Iga após Takeshi partir da Terra. Já Shaider narra os eventos do terceiro policial, Dai Sawamura, o novo guardião da Terra. Após Shaider foi produzida a série Jaspion, que apesar da clara inspiração não apresentava nenhuma semelhança em relação a roteiro ou continuidade. Terminadas as explicações (ao pessoal mais novo) vamos a review. Este jogo é dedicado a estas importantes séries no Japão e reúne os três policiais do espaço em uma mesma aventura. Ele é dividido em dois momentos. No primeiro, retrata fielmente os mais relevantes episódios da série original de Gyaban, com os mesmos cenários, monstros e cenas. Já a segunda parte ele segue um roteiro original, onde Gyaban se alia a Sharivan e Shaider para combater um novo e poderoso inimigo. O jogo foi lançado exclusivamente no Japão, tendo alcançado pouca popularidade mesmo por lá.
Jogabilidade: o jogo segue bem o padrão beat'em up 3D, sendo quadrado e triângulo os botões principais envolvidos nos ataques, enquanto X salta e círculo agarra. As lutas seguem cinematics muito bem feitas, sendo que na primeira parte são mescladas com cenas do seriado original, o que é especialmente legal porque os atores (destaque para Keiji Ohba - Gyaban) são excelentes lutadores. Como é tradicional, o personagem começa em sua forma normal e pode se transformar conforme uma sequência de botões é entrada de maneira correta. As cenas de tranformação são extremamente semelhantes às da série original. Não há muita variação entre as fases, mudando mesmo apenas o inimigo e o cenário. A trilha sonora é exatamente a mesma dos seriados originais, interpretada por Akira Kushida, cantor da trilha de diversos outros tokusatsu (Jiraiya, Jiban, etc.). O trabalho de dublagem é muito bem feito, conta com trechos tirados do seriado original e na segunda parte com os atores principais da série, Keiji Ohba (Gyaban), Hiroshi Watari (Sharivan) e praticamente todo o elenco de apoio. A única ausência foi Hiroshi Tsuburaya, o Shaider, que já havia falecido. Além do modo story existe o versus, onde é possível confrontar os personagens da série, e o Survival, onde se deve vencer monstros em determinado tempo.
Pros: certamente a maior qualidade deste jogo é o seu excelente trabalho de adaptação, contando com as músicas originais das séries, os mesmos atores (à exceção do já citado), as mesmas cenas de transformação, o mesmo enredo e até o mesmo clima de efeitos especiais dos anos 80. Além disso conta com gráficos bons e cinematics reproduzidos fielmente. A jogabilidade é simples e de fácil adaptação.
Contras: o jogo é curto e muito limitado. Todo o foco foi na tentativa de relembrar exatamente o clima das três séries, deixando questões como interatividade e diversidade de lado. Dessa forma, o jogo é muito pouco atrativo para quem jamais assistiu às séries e mesmo para quem assistiu, dependendo do grau de tolerância, poderá não gostar pelas grandes limitações e repetições.
Screenshots:
Trailer:
Considerações Finais: para fãs de Tokusatsu, esse jogo deve relembrar muitas cenas épicas destas importantes séries. Todo o trabalho de adaptação foi minuciosamente bem elaborado justamente com esse objetivo. Quem duvida assista ao video acima (recomendo para todos que assistiram às séries) ou compare a primeira fase do jogo com o primeiro episódio de Gyaban. Entretanto, quem nunca acompanhou nada do gênero dificilmente encontrará motivação em um game tão repetitivo. Portanto, recomendo o jogo ao pessoal mais antigo e que via a série na TV, os demais não acharão muitos atrativos para jogá-lo. Um detalhe interessante é que a atriz Machiko Soga (que interpretou Aracnin Morgana em Jiraiya e a Imperatriz Pandora em Spielvan) dublou uma personagem inspirada nela na parte "fictícia" do jogo, sendo este na verdade seu último trabalho. Soga faleceu em maio de 2006 por câncer de pâncreas. Outro detalhe interessante é que assim como o lendário Metalder, Spielvan, Zyuranger (e tantos outros Tokusatsu do estilo Super Sentai), Uchuu Keiji Shaider também foi "assassinado" pela produtora americana Saban, especialista em violar séries japonesas com estranhas fusões, distorção de roteiro e inclusão de elenco americano, como ocorreu em Power Rangers e VR Troopers. O mais estranho pra mim é que isso deu certo...
Não peguei a coisa no tempo de Jiraiya e Jaspion, mas conheço bem o que veio depois :D Era viciado em Power Rangers xD Fez muito sucesso esse estilo Tokusatsu.
ResponderExcluirEm alguns casos eu percebo que alguem na produção que é responsável pelo desenho dos personagens acaba colocando o que sempre desejou ver em algum lugar. Não sei se da pra entender. Pra se ter uma ideia, a série .Hack// com 9 tipos de Kite xD Só existe um, mas outros vieram baseados nele, e outros são meio que modificações dele. O .Hack// que acredito ser o mais atual, o .Hack//Quantum (anime) conta com uma personagem principal que é completamente igual a Kite, só que numa versão feminina.
Acho que com o Tokusatsu aconteceu mais ou menos isso, porém de forma mais intensa.