Gênero: Ação/Espionagem
Plataforma: Playstation 2, Xbox, PC, Playstation 3 e Xbox 360 (HD Collection)
Ano de Lançamento: 2001
Produtora: Konami
Revisão: em 1998 Metal Gear Solid Snake havia recolocado a série no mercado após 8 anos sem receber títulos (clique aqui para ver a nossa review do primeiro MGS e aqui para os dois primeiros do MSX). Muita expectativa foi criada tão logo Kojima anunciou que seria produzida a sequência. Essa expectativa só aumentou quando o primeiro trailer foi lançado em um evento em 2000. Um demo de Metal Gear Solid 2 chegou a ser lançado junto com Zone of the Enders (clique para ver a review do Mr. Gameworld sobre este grande jogo). Isso na verdade não foi uma ideia boa porque acabou nublando o lançamento do ZOE, um excelente jogo ainda que um tanto obscuro. Sons of Liberty é a continuação direta do Solid 1 do psx. Quatro anos após os eventos de Shadow Moses, Solid Snake se tornou um herói reconhecido após sua colega Nastasha Romanenko publicar um livro contando o ocorrido no Alaska. Ele e Otacon agora participam do grupo "Philanthropy", uma ONG destinada a combater qualquer tentativa de recriar o projeto Metal Gear. Após receber uma informação anônima sobre um novo modelo desenvolvido pela marinha, Snake se infiltra em uma embarcação que supostamente o estaria transportando. O que parecia uma simples missão de reconhecimento se torna uma verdadeira zona de guerra quando o Revolver Ocelot (que havia apoiado Liquid Snake em Shadow Moses) e o general russo Sergei Gurlukovitch, seu antigo aliado, tomam a embarcação, matando vários oficiais pelo caminho. Após um desesperado confronto, Ocelot rouba o modelo anfíbio Metal Gear Ray, afundando a embarcação e liberando poluentes no Oceano. Três anos após, uma base é construída com intuito de despoluir as águas, o Big Shell. Durante uma visita do presidente dos Estados Unidos, o grupo Sons of Liberty toma o Big Shell e exige uma grande quantia para não afundar a base e matar a comitiva presidencial. Este grupo na verdade é composto por antigos membros do grupo antiterrorista Dead Cell, contando com o especialista em bombas Fatman, o sinistro Vamp, a bela Fortune, e o líder do grupo, Solid Snake. O ex-comandante da FOXHOUND Roy Campbell envia seu novo agente especial, Raiden, para a base. Como costuma ser, Raiden receberá auxílio via codec do coronel, de sua namorada, a analista de sistemas Rosemary, além do misterioso Pliskin, sobrevivente do grupo enviado anteriormente para tentar resgatar o presidente. Metal Gear Solid 2 apresenta um roteiro ainda mais profundo e complexo que seus antecessores, apresentando muitos conceitos de política, genética e filosofia, como evolucionismo, clonagem humana e memética. Algum tempo após o lançamento do jogo original, o pacote Substance foi lançado, apresentando vários extras e VR Missions. Por último, a coletânea HD Collection foi lançada para PS3 e Xbox 360, contendo também Metal Gear Solid 3: Subsistence e Metal Gear Solid: Peace Walker. Está previsto seu lançamento para PS Vita.
Jogabilidade: A movimentação do personagem é bem parecida com o anterior, sem a possibilidade de mover a tela e com a câmera predominante acima do jogador. No entanto, a jogabilidade foi mais focada no shooter 3D, sendo este um dos ícones para o estilo. A alavanca faz Raiden andar na direção indicada (como nos anteriores), L1 usa o botão de visão em primeira pessoa, R1 mira e quadrado atira ou agarra se não houver armas equipadas. Círculo soca, X abaixa, triângulo aciona portas e alavancas, e L2 e R2 acionam itens. Pressionando na direção da parede, Raiden ficará junto a ela na espreita. No canto superior direito há o mapa, que estará desativado em novas áreas, devendo ser baixado nas centrais. Novamente serão necessários cartões de acesso para abrir a maioria das portas, o que garante o vai-e-vem tradicional. Diversas armas podem ser utilizadas, mas dessa vez o ruído delas atrairá os inimigos, dando extrema utilidade ao supressor. Quanto ao estado de alerta, ele não é acionado imediatamente ao ser visto pelo inimigo, eles precisarão de tempo para chamar ajuda pelo comunicador, dando tempo para o jogador nocauteá-los. Os corpos não somem mais e precisarão ser escondidos para não chamar ainda mais atenção. De resto, a jogabilidade segue mais ou menos a mesma do MGS1. Apresenta, no entanto, uma quantidade muito maior de armas, com variações de uso de silenciador, bala ou tranquilizante. Os itens de suporte também seguem mais ou menos os mesmos do anterior, com óculos térmicos, óculos de visão noturna, rações, detector de minas, colete, entre muitos outros.
Pros: os surpreendentes roteiros de Kojima estão ainda mais geniais neste jogo. A partir de um ponto específico do jogo toda a realidade até aquele momento é questionada com um nível de psicodelia raro. A alternância entre protagonistas e antagonistas (comum na série) é ainda mais forte neste jogo, sempre narrado de uma forma espetacular. Todo o questionamento do jogo acaba de certa forma questionando diretamente a sociedade ocidental, nossas prioridades de vida e regimes políticos. Além disso, graficamente o jogo foi muito bem produzido, conseguindo em 2001 os resultados que muitos jogos de PS2 só conseguiriam anos mais tarde. A estrutura do mapa é lógica, sendo que as já comuns idas e vindas entre as estruturas ficam muito mais simples. A inteligência artificial é bem elaborada e balanceada, de modo que é possível passar pelos lugares sem ser visto mas sempre mantendo o desafio. A luta contra os chefes é sempre um momento especial desde o original de 87 e neste não é diferente, ainda que haja bem poucas em comparação com seus antecessores. A trilha sonora não comete erros. A grande quantidade de armas também torna o jogo mais interessante, havendo sempre mais de uma maneira de lidar com determinadas situações.
Contras: a maior decepção de quem jogou no início foi o fato de Solid Snake não ser o protagonista, considerando Raiden um personagem fraco e andrógeno. Isso, no entanto, serviu de certa forma para fortalecer o roteiro e enriquecer ainda mais a história de série, com um personagem problemático e complexo como ele. É possível que jogadores menos atentos acabem o jogo sem entender direito as coisas (especialmente no que consiste o sistema GW, chave para o jogo), já que a mudança de foco nesse sentido ocorre a todo instante próximo do fim. A jogabilidade proposta acaba por fazer com que alguns botões acumulem funções, o que acaba complicando as coisas às vezes.
Screenshots:
Trailer:
Considerações Finais: Metal Gear Solid 2 conseguiu manter o padrão de qualidade e as expectativas depois do primeiro jogo da série Solid, o que não é pouco. Ajudou ainda a explicar alguns eventos desse jogo e criar inúmeras perguntas. O jogo é acessível a muita gente por ter sido lançado em um grande número de plataformas. É obrigatório para fãs de ação e de grandes conspirações corporativas e altamente recomendado a fãs de bons roteiros em geral, aliás assim como toda a série. A crítica explícita ao mundo ocidental capitalista e as discussões filosóficas (mais ou menos na onda do movimento Zeitgeist) devem agradar em cheio aos mais politizados. Ao mesmo tempo, a jogabilidade de rápida adaptação permite que mesmo jogadores ocasionais consigam se dar bem e aproveitar o jogo. Aliás, a jogabilidade criada neste jogo foi com certeza a que serviu de base para os demais jogos da sexta geração, especialmente no que se refere à mira. O game gerou muitas dúvidas quando terminou (muita gente não deve nem ter entendido o final), deixando para Guns of the Patriots a resposta de muitas perguntas levantadas no jogo, uma espera angustiante para alguns fãs. Who are the Patriots?
Em pleno 2002, eu com 10 anos, peguei MGS 2 alugado na minha locadora preferida pra jogar. Foi minha primeira tentativa "oficial" com a série, já que antes tinha visto o MGS 1 mas jogado pouco e entendido pouco. De primeira vez, tinha achado os gráficos inacreditáveis e tudo parecia tão real que fiquei perdido. Mas como era de se esperar, não entendia 98% do complexo roteiro do jogo, afinal mal joguei e entendi o anterior, somado também ao fato que naquela idade, inglês pra mim eram só algumas palavras e o resto eu imaginava o que poderia ser. Apesar disso levei o jogo até uma parte do Tanker em que fiquei empacado; é consegui isso numa certa sala "explosiva". Larguei assim e apesar de ter gostado, só voltei a jogar dois anos depois. Dessa vez armado com um revista com detonado do game, passei daquela parte hahaha. Felizmente só usei ela nessa parte idiota. Por fim, zerei o jogo, ainda sem entender bem o enredo, mas algumas coisas me arrepiavam já e o nome "Metal Gear" já tinha ficado gravado na mente. Mais ou menos em 2007-2008, já tendo jogado o também épico MGS 3, resolvi jogar novamente o 2. Dessa vez, já tinha lido muito sobre a franquia, além de ter o inglês mais afiado. Enfim comecei a entender tudo que não havia entendido anos atrás, o que me fez ter ainda mais gana pra zerá-lo. A história tão complexa e com reviravoltas incríveis que realmente chegavam a dar um frio na espinha, além de envolver assuntos que realmente nos fazem refletir. Passei a considerar Kojima ainda mais como um gênio. Mais recentemente ainda, consegui meu sonho de jogar o remake do MGS 1 para o Game Cube e com isso, me empolguei a jogar o 2 uma vez mais. Não importa quantas vezes eu jogue, continuo a ficar pasmo com esse jogo. A jogabilidade sempre foi agradável pra mim, os gráficos conseguem ser lindos até mesmo nos dias de hoje, a trilha sonora impecável, história unica, tecnicamente algo que virou de praxe para essa franquia. Após ter jogado novamente o 1, me senti ainda mais envolvido no 2 e sinceramente não me incomodei com a entrada de Raiden na segunda parte do game. Até curti o visual e a movimentação dele aliás. Novamente é difícil falar sem dar spoiler, mas algo que realmente me marcou nesse game além de tudo mais que envolve a história, é que você não é apenas alguém que está controlando o personagem Raiden. Em determinado momento do game, o próprio jogador passa a se sentir o Raiden, uma imersão incrível proporcionada pelos diálogos fantásticos e únicos que surgem principalmente nas partes finais e que realmente nos fazem questionar os limites da realidade. Foi um game que levei anos aproveitando e entendendo no decorrer da minha vida gamer e que a cada vez que boto o dvd no PS2, me arrepio só de ver e ouvir a introdução. E no fim, eu realmente disse: WHO THE FUCK ARE THESE PATRIOTS?! SAUHUHSASAUH
ResponderExcluirOk, foi mais uma mini história de vida [?] do que um comentário, mas ao ver esse review não tive como evitar. Valeu por mais essa, Edu, abraço!
Mas acho que um dos nossos objetivos aqui é justamente esse. Relembrar as nossas histórias com os jogos, por isso gosto muito quando tu conta as tuas. O enredo desse jogo é sensacional, joguei ele muitos e muitos anos após completar o do psx, confesso que na ocasião não entendi completamente. Não o enredo em si, mas sim o sentido por trás do jogo. Isso veio com o tempo. Metal Gear é o tipo da serie que não consigo colocar em ordem de preferência, algo que geralmente faço com facilidade.
ResponderExcluirValeu pelo comentário, cara, me deixa muito feliz compartilhar experiências desse genial jogo com os amigos.
Só joguei o Metal Gear do ps1 pra valer (mas ainda quero jogar todos). O roteiro era incrível e teve momentos geniais como o Psycho Mantis dizendo que eu gostava de Silent Hill e Suikoden... kkkk!!! fikei fascinado com o MGS4 do ps3, o q me deu uma vontade enorme de jogar todos pra chegar no 4.
ResponderExcluirAh, então o Mantis também fala de Silent Hill? Pra mim ele disse de Suikoden e Castlevania. Silent Hill estava em outro memory card, hehehe. Agora resta saber se ele leria Vandal Hearts.
ResponderExcluirEu também tenho uma vontade absurda de jogar o solid 4, mas estou esperando ter tempo, não é um jogo para jogar um pouquinho a cada dia. E no teu caso eu diria pra se controlar, um cara como tu TEM que jogar na ordem, senão perde o sentido. Então prepara o 2 assim que possível!
Muito bom cara, MUITO BOM! Parabéns por essa review! Tudo muito bem explicado, com um texto chamativo para aqueles que não conhecem o game e ainda mais chamativo para os fãs que querem comentar sobre mais essa maravilha do senhor Hideo Kojima. Pois aqui está mais um desses fãs, que alias é tão fã desse game especificamente que é até difícil decidir um favorito entre ele e Solid 3 no PS2. Esse game é espetacular, me chamou muito a atenção. Possivelmente ele tenha um dos roteiros mais bem pensados dentro da série (pelo menos dos que joguei até agora). Além disso, os vilões são SENSACIONAIS! MESMO! Chego a sentir calafrios até agora de lembrar dos já citados na review Vamp e Fortune, que são aqueles tipos de vilões que basta você ver um pé deles em um CG que você pensa: "FUDEU!". E agora, devo fazer uma revelação, mesmo que possivelmente eu seja crucificado depois: um dos pontos que me fez gostar especialmente de Metal Gear Solid 2 foi o protagonista Raiden, que é um personagem complexo de uma forma totalmente deferente de Snake, além de ter uma personalidade que me chama muito mais a atenção. Sem duvida um personagem muito interessante, de longe meu protagonista favorito. Pronto, falei! Mas no fim das contas Edu, tu sabe bem o porquê disso tudo, pois conhece minha antipatia pelo senhor Snake, mas é melhor não comentarmos sobre isso aqui, para não correr o risco de vazar Spoilers! Então é isso Edu! Parabéns novamente! Valeu por nos dar essa review sensacional sobre esse grande game! Um forte abraço pra você Brother! Aaaaaaaah! E antes que eu me esqueça: “La-Li-Lu-Le-Lo”! Até mais, nos falamos por ai o/
ResponderExcluirAh, perfeito, sabia que tu ia responder, hehehe... O La-Li-Lu-Le-Lo. Quando se houve pela primeira vez soa muito estranho, mas agora já é natural.
ExcluirEsse jogo é ótimo, mas confesso que sou o oposto. Um pouco dos meus problemas com ele passam pelo Raiden, já que o "Snake" é meu personagem favorito nos videogames, conforme disse no perfil. O roteiro desse provavelmente é o mais genial da série (ainda me falta o solid 4, que fique claro), mas prefiro o solid 3 de longe pelas revelações e personagens cativantes. Mas isso tudo é pessoal, a série em si é maravilhosa. Valeu pelo comentário, cara, foi muito bom poder ter jogado esse jogo na parceria e escrever sobre ele. Abração.