Gênero: RPG
Ano de Lançamento: 2009
Plataforma: Playstation 3, Xbox 360, PC
Produtora: Eletronic Arts/Bioware
Revisão: a Bioware é famosa por seus RPGs para PC desde os anos 90, sendo talvez a primeira a fazer uma boa adaptação do sistema de tabuleiro de Advanced Dungeons and Dragons para os games virtuais. Lançado em 2009, Dragon Age seguiu muito bem esse estilo, sendo considerado o sucessor da bem sucedida série Baldur's Gate. O mundo imaginado em Origins é muito semelhante ao Forgotten Realms da supracitada série, amplamente inspirada na mitologia nórdica e nos contos de J. R. R. Tolkien (O Silmarillion e O Senhor dos Anéis, principalmente). Existem quatro tipos de criaturas inteligentes, com suas características distintas: os humanos, inicialmente bárbaros e pouco evoluídos, rapidamente tomaram a maior parte da terra por ser um povo belicoso e expansionista; os elfos, com intelecto evoluído mas agora quase totalmente subjugados pelos humanos, vivendo apenas nos subúrbios das cidades humanas e em pequenos grupos em florestas; os anões, mais resistentes, excelentes mineiradores e vivem em cidades subterrâneas; e os qunari, uma raça bárbara que vive em uma terra distante. Além desses, a terra é habitada por criatutas sombrias chamadas Darkspawn. Originalmente guerreando com os anões no subterrâneo, a cada geração eles invadem a superfície (em um evento conhecido como Blight), liderados pelo macabro Archdemon. Para combater estes seres sombrios existe um grupo chamado Grey Warden, composto por seres de qualquer raça. Dragon Age Origins recebe este nome justamente porque dá origem a esta nova terra, que será palco de diversas batalhas. O jogo inicia com a possibilidade de editar um personagem, escolhendo nome, raça, classe, sexo, aparência e voz. O local onde a história começa depende das escolhas iniciais. Magos começarão obrigatoriamente no Círculo de Magi. Humanos pertencerão a uma família nobre. Elfos podem escolher entre viver nos subúrbios ou nas florestas. Anões podem optar entre ser plebeu ou nobre. Tudo isso influenciará os caminhos do jogo e os possíveis finais, mas as primeiras aventuras serão as mesmas. O personagem será recrutado pelo Grey Warden Duncan, em uma série de eventos que novamente dependerá das escolhas iniciais. Mesmo com a interatividade, o personagem será levado a uma decisiva batalha contra os Darkspawn em Ostagar, onde o Exército humano será devastado, o rei Cailan morto e os Grey Warden dizimados. Restando apenas o personagem principal e seu companheiro Alistar. Sozinhos, eles devem reunir aliados e primeiro unir os humanos, agora governados pelo usurpador Loghain. O jogo garante muitas horas de gameplay e muitos possíveis caminhos e finais. Algum tempo após foi lançada a expansão Dragon Age Awakening que se passa algum tempo depois dos eventos finais de Origins. Além dessa, muitas DLCs estão disponíveis para download pelas respectivas redes, destaque para Witch Hunt que permite ao personagem partir em busca da bruxa Morrigan após esta ter desaparecido.
Jogabilidade: se divide em dois momentos. Na fase de exploração a movimentação segue o padrão 3D, sendo possível andar livremente pelo cenário, abrir baús, pegar itens e conversar com outros personagens usando o botão X. Cada cidade ou vilarejo permite completa exploração do cenário. Para viajar de um lugar a outro usa-se o mapa, havendo a possibilidade de ser emboscado por um grupo aleatório (similar a um RPG de tabuleiro). Ao ser visualizado um inimigo, os membros do grupo automaticamente sacam as armas. Nas lutas é possível mover o seu personagem, mas ao golpear o inimigo ele estará estático e receberá os golpes do oponente. Dessa forma partir para cima de um grande grupo de inimigos é morte na certa. Você controla um personagem e os demais são mantidos pela AI. A qualquer momento é possível trocar seu personagem usando L1 e R1, dar ordens aos demais ou trocar as táticas editadas antes das batalhas. Quanto aos comandos, X usa o ataque padrão, Quadrado, Círculo e Triângulo acionam golpes específicos. Todos os itens podem ser equipados pelos personagens desde que se cumpra os pré-requisitos, mas a proficiencia de cada personagem com determinada arma ou armadura varia de um para outro. Todas as falas do jogo são escolhidas pelo jogador. Ao longo do jogo é necessário dialogar com seus companheiros, sendo que o grau de confiança que eles apresentam pelo personagem central garante certas vantagens nas batalhas. Além disso é possível ter relacionamentos amorosos com alguns membros, hetero ou homossexual. Isso influencia o final e as seguintes DLCs. Quanto às profissões, uma vez escolhidas não é possível alterar. No entanto existe ainda as especializações, 4 em cada classe, o que garante ainda mais diferenciação entre cada personagem.
Pros: o jogo tem uma história muito envolvente e cativante, duas coisas raras em jogos de múltiplos caminhos. Além disso as opções e possíveis combinações para as falas dos personagens tornam cada jogada única, dando muitíssimas possibilidades para cada evento. As táticas do jogo podem ser ajustadas e as especializações de cada profissão dão total autonomia ao jogador para decidir entre guerreiros pesados ou leves, magos elementais ou arcanos, ladrões ou arqueiros. Além disso, há uma grande quantidade de habilidades que não serão usadas na batalha, como abrir fechaduras, coagir inimigos, montar armadilhas, fabricar veneno ou poções usando os ingredientes corretos, entre outras opções. O relacionamento com o grupo é algo complicado, exigindo plena compreensão da personalidade de cada um para conseguir atingir um nível adequado de amizade. A trilha sonora não é genial mas é precisa e não falha. O jogo tem um número absurdo de armas de podem ser ajustadas de acordo com a preferência de cada jogador.
Contras: a jogabilidade, especialmente a vulnerabilidade do personagem enquanto ataca pode causar problemas para alguns (ainda que se você pensar é igual a outro sistema de turnos qualquer). O jogo não investiu muito no multiplayer, o que é sempre decepcionante nessa nova geração. A partir de um certo nível fica muito difícil evoluir porque os inimigos dão pouca experiência. Estão se você desperdiçou os pontos ganhos anteriormente em habilidades inúteis poderá ter dificuldade em completar o jogo.
Screenshots:
Considerações Finais: Dragon Age Origins é um grande jogo em todos os sentidos. É o RPG que muitos jogadores há anos aguardavam. Sua qualidade é tamanha que recebeu notas extremamente positivas de público e de crítica, sendo por alguns considerado o RPG da década. Para quem sempre imaginou um RPG medieval com um ambiente complexo e repleto de possibilidades e escolhas esse jogo vai agradar em cheio. A expansão Awakening e as várias DLCs garantem valiosas horas adicionais de gameplay, necessitando cerca de 60 horas para completar a campanha básica. As enormes possibilidades de caminhos fazem valer o investimento no jogo, garantindo muitas jogadas diferentes. O sucesso do jogo resultou em uma continuação, o controverso Dragon Age 2, mas isso discutiremos mais tarde. E os fãs estão aguardando Dragon Age 3 cujo lançamento está previsto para este ano. Recomendado a todos os fãs de RPG, não importa o subtipo preferido.
Um amigo meu tinha me falado desse jogo, mas parece até que ele tinha falado de outro jogo xD
ResponderExcluirAcredito que existam jogadores que jogam RPG mas não buscam elementos de um RPG em jogos de RPG xD Ele basicamente so falava do gráfico e da exploração.
E eu tenho um certo preconceito com jogos que colocam logo um dragão na capa ou um Dragon no nome, trato mais como tentativas frustradas de chamar àtenção, mas esse post mudou completamente minha visão desse jogo, tanto que estou pensando em baixar.
As possibilidades da história me chamaram muito, e ainda ter um enredo bem trabalhado apesar de tantas possibilidades. Realmente é um caso a parte esse jogo. Sinto que esse RPG também se preocupa com questões políticas do mundo em si, ou me engano? Gosto dessas coisas em RPG, pena que parece que ele não procura explicar muito sobre filosofias do jogo, como teorias de surgimento das raças, do mundo e coisas assim, ou me engano denovo?XD
Esse jogo parece com um tal de Skyre que eu ouvi falar.
Uma otima review :D Mas eu só não entendi o que são DLCs D: Ou não achei no texto.
DLC é downloadable content (não faço ideia se escrevi certo), ou seja, aquilo que tu baixa pela rede pra expandir o jogo com missões e histórias extras. Sobre este jogo, ele não se preocupa em explicar tanto as raças, mas as questões politicas que tu notoriamente gosta estão presentes. Inclusive criticas a racismo e liberdade religiosa. Sobre a questão do Dragon, concordo, parece que vai ser um pseudo-RPG com uma desculpa qualquer para matar o Dragão e salvar a princesa. Mas não é nada disso. Há uma explicação para o nome ser Era do Dragão (mas eu não me lembro XD). E tu que claramente gosta de possibilidades, dificilmente não vai gostar. Teu amigo não te falou do 2? Digo porque por um erro do cara que me vende jogos joguei primeiro o 2. Aí pensei "é disso que falam tão bem?". Mas quando joguei o 1 entendi o porque da fama.
ResponderExcluirAcho que a grosso modo podemos predizer com boa probabilidade pré-teste de acerto se alguém vai gostar de Dragon Age com as perguntas: já leu algum livro do Tolkien? Gosta o filme "O Senhor dos Anéis"? Gosta da história medieval? Se respondeu sim para algum dos acima, esse jogo é pra você.
Ah não sabia. O povo aqui chama essas coisas de expansões.
ResponderExcluirÉ verdade. Claro que uma história que se atenta até pra esses dois elementos que citei é extremamente interessante, contudo se um jogo já aborda um elemento interessante como política daquele mundo é ótimo :D Pra mim essas coisas deixam a história muito mais empolgante e bem trabalhada.
"Inclusive criticas a racismo e liberdade religiosa" -> é por isso que eu insisto: Jogos podem ensinar muitas coisas. Mesmo que se tratem de contos fantasiados, elementos humanos sempre estão presentes porque eles foram feitos por humanos.
Parece magnifico esse jogo.
Eu não me lembro D: Pelo que me falas parece que esse 2 cagou a série xD
Não conheço Tolkin mas as duas últimas respostas são sim xD
Mas certamente sabe que ele é o criador da nossa cultura nerd, além de O Hobbit e o Senhor dos Anéis. Dizer abertamente que o 2 cagou contrariaria muita gente (e deixaria nosso blogger maluco com minha tendência a generalizar as coisas). Mas é mais ou menos isso. O dois foi uma simplificação desnecessária, mas falaremos mais na postagem dele em breve. Resta-nos esperar o Dragon Age 3.
ResponderExcluirCara, tu curte RPGs tradicionais e táticas pelo que percebo, então esse jogo dificilmente ficará entre os teus favoritos. Mesmo assim acho igualmente difícil que não e aproveite e não goste. Ainda mais curtindo contos medievais sombrios.
Sempre que falo em críticas ao racismo me lembro de Stan Lee. Em plenos anos 60 ele teve coragem de criar uma série de heróis de outra espécie que sofria preconceito por seus semelhantes. X-Men Forever! Desculpe, deixei meu lado nerd dos quadrinhos extrapolar.