Gênero: Survival Horror
Plataforma: Playstation 2
Ano de Lançamento: 2003
Produtora: Sony CE Japan
Revisão: a sexta geração (e o PS2 em especial) produziu uma lista muito grande de jogos do estilo terror, sendo o início de muitas importantes séries. Entre elas as que considero de mais qualidade são Fatal Frame e Siren. Meu post de hoje é justamente sobre o segundo. Siren foi lançado em uma época que o cinema ocidental "descobriu" o terror japonês (talvez os filmes mais expressivos tenham sido O Grito e O Chamado). Assim como Fatal Frame, Siren tira muito de sua inspiração deste tipo de filme. A história começa com o jovem Kyoya Suda passeando com sua bicicleta no que parece ser um parque. Em uma pausa ele vê uma bela jovem com seu cachorro. Ao perceber que estava sendo observada, a menina foge. Na noite do mesmo dia, enquanto investigava uma floresta, ele presencia um tipo sinistro de ritual, no qual a garota de antes participa. Ao ser percebido, ele foge correndo. Quando se dá conta, um bizarro policial o ameaça com uma arma. Mesmo após atropelá-lo com uma camionete ele ainda se levanta a acerta um tiro no peito de Kyoya, atingindo seu coração. O garoto então acorda próximo a um rio vermelho, inexplicavelmente vivo após o trauma sofrido. Kyoya está em uma estranha vila, cercado por seus estranhos habitantes, transformados em criaturas chamadas Shibito. O jogador agora controlará Kyoya e outras nove pessoas que estavam na vila no momento da catástrofe, que parece ter íntima relação com o ritual realizado. Siren é um jogo de terror que alcançou bastante sucesso, principalmente no Japão, produzindo duas continuações. Observando inicialmente o jogo é impossível não lembrar de Silent Hill, seja pelo clima perturbador, pela clássica névoa e visão prejudicada ou pela cidade remota com um ritual pertencente a uma religião antiga. O motivo é que o diretor do jogo é Keichiro Toyama, o mesmo do Silent Hill original do Playstation, além de outros profissionais comuns entre os dois projetos.
Jogabilidade: Siren impressiona o jogador já nos aspectos gráficos, que apresentam um nível de realidade ímpar para a sexta geração, havendo expressões faciais extremamente anatômicas. A movimentação do personagem é em 3D com a câmera sobre os ombros do personagem. É possível correr, caminhar ou rastejar, em ordem descrescente de ruídos. O barulho é importante porque os Shibitos costumam se manter presos à atividade que faziam antes da catástrofe, a menos que percebam alguém diferente deles, que deve ser atacado. Claro que essa tática não vale para todos uma vez que há muitos tipos de shibitos, incluindo vigias, rastejante e até voadores. Todos os personagens controláveis ganham a habilidade de entrar na mente dos Shibitos e perceber qual a rota que percorrem e para onde olham, facilitando o stealth. A luta no jogo é precária e normalmente os personagens não dispõe de nenhuma arma para confrontar seus oponentes, sendo importante fugir e se esconder. Quando uma arma é encontrada pelo personagem (em geral em pontos obrigatórios do jogo) ela é mantidas em todas as aparições deste. Armas de fogo são restritas a pouquíssimos personagens, e balas são ainda mais raras. Itens de cura não existem, o personagem se recupera com o tempo ao ser atingido e morre após três ou quatro golpes, dependendo do tipo do Shibito. Não há barra de vida. O modo como o jogo é planejado é um pouco difícil de explicar e tende a ser longo. Vou tentar sem o mais conciso possível. Basicamente o jogo se divide em fases, cada uma com duas missões. Inicialmente só uma estará aberta, e ao completá-la você será encaminhado para outra sem possibilidade de escolha. São poucos cenários ao todo, mas vários personagens passarão por eles, o que torna o jogo grande. Após cumprir determinados pré-requisitos em uma fase o segundo objetivo estará disponível. Esses pré-requisitos nem sempre são claros e normalmente estão na fase de outro personagem. Após cumprir algumas missões você poderá escolher quais irá jogar, podendo revisitar fases antigas que ficou faltando algum pequeno detalhe. O número de fases varia de acordo com cada personagem, alguns tem apenas 2 e alguns chegam a 7. Todos os eventos do jogo se passam em um período de três dias. Após completar todas os objetivos 1 de todos os personagens você enfrentará o chefe e verá o final falso. Quando todos os objetivos (1 e 2) você enfrentará o chefe com novos parâmetros e verá o final verdadeiro.
Pros: o clima do jogo é muito perturbador e vários sustos são garantidos a quem tiver coragem de desbravar esta terrível maldição. A dificuldade nos combates é um fator interessante, exigindo conhecimento dos cenários e planejamento ao passar pelos Shibito, semelhante ao que ocorre em jogos de stealth. Os gráficos utilizados são interessantíssimos e usam rostos reais sobrepostos aos gráficos poligonais. Isso é algo raríssimo na sexta geração e que mesmo hoje em dia ainda impressiona nos jogos atuais. Os tipos de Shibito e a forma como eles "evoluem" é muito interessante e bem condizente com o roteiro apresentado
Contras: mesmo tendo uma história perturbadora, é muito difícil compreender o que realmente se passa durante o jogo, necessitando jogar ele muitas vezes ou consultar sites especializados nesses assuntos. Nada que atrapalhe, claro. A real desvantagem deste jogo é o nível de dificuldade dos enigmas. O YouTube está aí para provar que qualquer um é capaz de realizar qualquer coisa em qualquer tempo, mas ainda assim eu desconfio muito se alguém disser que completou esse jogo com todos os objetivos sem usar detonados. É difícil explicar sem spoilers, mas basicamente muitas vezes um personagem terá que fazer uma coisa idiota (como molhar uma toalha e colocar ela no freezer) para que outro personagem faça uso disso mais tarde, sendo que os dois nem se encontram pela história do jogo. Esse "contra" foi inclusive admitido pelos produtores, que corrigiram o exagero nas sequências.
Screenshots:
Trailer:
Considerações Finais: Siren é um dos grande jogos surgidos na sexta geração. Seu grande problema dos enigmas pode ser facilmente resolvido com detonados livres de spoilers, e há muitos assim disponíveis na rede. Fãs de Survival, em especial do clima perturbador de Silent Hill não podem deixar de conferir este fantástico game. Gerou uma continuação no PS2, uma no PS3 e um filme, que é surpreendentemente bom (nenhuma maravilha, mas comparado ao que costuma vir de filmes de jogos, em especial jogos de terror). Recomendo todos os produtos desta terrível série, em que poucos conseguirão sair vivos após ouvir a sirene.
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